O Dia Mundial da Fotografia não celebra apenas a arte de capturar momentos, mas em 2024, ele também ilustra uma era de mudanças profundas no setor. No Brasil, as emoções são misturadas: há fascínio pela automação e preocupação com a identidade artística. A inteligência artificial já faz parte do cotidiano da maioria dos profissionais. Mas o que realmente dizem os números e como o cenário evolui diante dessas transformações?
Transformação acelerada: um cenário brasileiro em destaque
De acordo com pesquisa da Ipsos e do Google, 54% dos brasileiros já utilizaram IA generativa em 2024, um número que supera a média global e reforça o apetite do país por novidades tecnológicas. Dentro da fotografia profissional, o percentual é ainda mais marcante: 63% dos fotógrafos brasileiros afirmam já usar inteligência artificial em sua rotina, segundo levantamento recente feito por uma das principais ferramentas de seleção e edição de fotos por IA.
A relação entre fotografia e inteligência artificial já não é mais tendência: é realidade.
Ferramentas capazes de sugerir enquadramentos, corrigir imperfeições e até retocar imagens tomaram espaço no fluxo do fotógrafo nacional. Isso influencia diretamente a forma como eventos, casamentos e retratos são entregues.

1. Automação não é só tendência: virou dia a dia
Hoje, 63% dos fotógrafos brasileiros já não imaginam seu trabalho sem algum uso de IA. O dado, extraído da pesquisa global da Aftershoot, mostra que funções automatizadas deixaram de ser curiosidade. Elas já fazem parte da rotina, especialmente em tarefas como seleção, edição e retoques, reduzindo desgaste e prazos apertados.
Dentro das funções mais impactadas, 85% consideram que a edição de imagens é onde a IA faz diferença real. Em seguida, aparece a seleção de fotos, citada por 74%. Esse panorama reflete como a automação vem modificando o tempo destinado ao trabalho criativo, liberando o profissional para buscar novas inspirações e projetos.
2. Fotografia brasileira quer, acima de tudo, tempo
De acordo com a mesma pesquisa, 90% dos fotógrafos entrevistados apontam a economia de tempo em tarefas repetitivas como o maior ganho da IA na fotografia. O processo, que durante anos demandava horas de atenção com ajustes minuciosos, agora é realizado em minutos, ou até segundos.
- Selecionar milhares de imagens após um evento já não é um desafio desanimador.
- Editar imperfeições ficou mais ágil, com qualidade consistente.
- Agendar e organizar arquivos se tornou automático.
Segundo relatos incluídos na pesquisa global sobre IA e fotografia, aproximadamente 77% dos fotógrafos desejam usar o tempo poupado para atividades pessoais, convivência com família e amigos ou dedicar-se a hobbies. Outros 56% desejam investir as horas extras para crescer o próprio negócio, enquanto 43% miram o aprimoramento técnico.
3. Impacto direto no estresse e na saúde mental
A rotina de quem fotografa eventos, casamentos ou retratos sempre foi marcada por pressa e altos volumes de trabalho. Com a IA, cerca de 79% relatam sentir menos estresse e sinais de burnout. Isso mostra uma mudança na vida de muitos profissionais, especialmente aqueles que antes temiam não dar conta dos prazos.
Mais horas livres para viver, menos desgaste emocional.
81% dos que adotaram recursos de IA na pós-produção dizem perceber uma melhora significativa no equilíbrio entre vida pessoal e profissional, conforme os dados da pesquisa global do setor.
4. O medo de perder a autenticidade e novas preocupações
Apesar dos benefícios, existe debate: apenas 25% dos entrevistados dizem não se preocupar com a adoção de IA. Dentre as maiores apreensões, 48% temem a perda de autenticidade e identidade artística. Outros 48% apontam o risco de deepfakes e conteúdos manipulados. Ainda, 11% destacam possíveis violações de direitos autorais.
Essa cautela aparece também em outras pesquisas nacionais. Segundo levantamento recente do setor de imagens, quase 90% dos brasileiros pedem mais transparência sobre o uso de imagens geradas por IA.
A linha tênue entre criatividade e automação ainda será tema de muitos debates no Brasil e no mundo.
5. Exemplos vivos de tradição e inovação: o caso Sebastião Salgado
Em meio à discussão sobre autenticidade, vale lembrar o trabalho de Sebastião Salgado, considerado referência mundial quando o assunto é fotografia documental. Ele segue apostando em exposições tradicionais, como a “Amazonia” nos Estados Unidos e a “Gold” na Alemanha.
Essas mostras atraem olhares de todas as idades, inclusive os mais conectados à tecnologia. São uma prova de que a transformação proporcionada pela IA não elimina o interesse por projetos autorais e processos clássicos.

6. O setor de IA e fotografia se reinventa no Brasil e no mundo
A discussão sobre inteligência artificial não fica restrita à área criativa. Globalmente, o setor de IA recebe robustos investimentos. Só nos Estados Unidos, a Anthropic anunciou aporte de 50 bilhões de dólares em data centers com o objetivo de acelerar pesquisas e impulsionar a geração de novos empregos.
Gigantes da tecnologia, como Google e Microsoft, lançaram novidades nos últimos meses. Campanhas comerciais e parcerias prometem trazer recursos de IA cada vez mais presentes no cotidiano dos profissionais de imagem visual. Ao mesmo tempo, startups como a Gamma se movimentam para transformar a forma como as apresentações são construídas na era da IA.
7. O Brasil está entre os países que mais assimilam IA
Além do contexto específico da fotografia, vale ressaltar que o Brasil é terreno fértil para inovações em inteligência artificial. Segundo levantamento do Senado Federal, 35% dos brasileiros usam IA quase todos os dias, enquanto 26% a utilizam algumas vezes por mês.
Para 65% da população, a tecnologia é vista como promissora, capaz de simplificar desde tarefas simples até grandes projetos, além de contribuir diretamente em várias áreas da vida, incluindo fotografia, educação, saúde e negócios.
A tecnologia avança, mas a identidade artística segue firme.
Conclusão: o futuro já começou para a fotografia brasileira
Em pleno Dia Mundial da Fotografia, fica claro que a relação com a inteligência artificial deixou de ser distante. Os dados mostram que a automação já faz parte do dia a dia de 63% dos fotógrafos brasileiros, com mudanças positivas no tempo disponível, saúde mental e qualidade do trabalho.
Por outro lado, novas dúvidas surgem, sobretudo entre quem zela pela autenticidade e originalidade. O setor seguirá em transformação, equilibrando tradição, tecnologia, criatividade e ética. A busca agora é pelo ponto de equilíbrio, onde a arte se mantém viva, com ou sem auxílio das máquinas.
Perguntas frequentes sobre IA na fotografia
O que é IA na fotografia?
IA na fotografia refere-se ao uso de softwares que aplicam inteligência artificial em atividades como seleção, organização, edição e otimização de imagens. A tecnologia identifica padrões, sugere melhorias, automatiza processos e até permite criar ou modificar fotografias de forma rápida, sem intervenção manual em cada detalhe.
Como usar IA em fotos?
Basta acessar ferramentas ou aplicativos específicos que oferecem funções automáticas para editar, selecionar ou retocar imagens. É possível, por exemplo, deixar que a IA organize milhares de arquivos, ajuste cores, remova imperfeições ou até recomende cortes e enquadramentos, poupando tempo no fluxo de trabalho.
Vale a pena editar fotos com IA?
Sim, para a maioria dos profissionais, editar fotos com IA vale a pena pois acelera tarefas repetitivas e permite dedicar mais tempo ao trabalho criativo. Além disso, as soluções atuais oferecem resultados estáveis, detectando padrões de edição favoritos ou corrigindo pequenos erros em série, fator especialmente útil em eventos com alto volume de imagens.
Quais apps de IA para fotos usar?
Existem diversos aplicativos voltados à seleção, edição e retoques automáticos. Muitos desses apps contam com sugestões inteligentes de cortes, filtros personalizados, máscaras de retoque e até geração de fundos, dependendo das necessidades do fotógrafo.
IA substitui fotógrafos profissionais?
A IA é uma aliada, mas não substitui o olhar criativo, o estilo pessoal e a capacidade de interação de um fotógrafo profissional. Sua função é acelerar processos e permitir que o artista foque onde faz diferença: no contato com o cliente, na direção de cena, na sensibilidade e no acabamento final, que só um humano pode oferecer.